28 de outubro de 2014

No eu macrobiótico,
No eu atômico,
Me diz, alma poluída,
Se é de ti que me vem esse hálito de esperança
Que me faz saltar e cair, de quando em quando.
Ou se esse amor pelo mundo e seus dizeres,
E a tentativa de afogar-me em sua saliva
De cair em ti sobre meus joelhos
Não passa de mais um pequeno
Pedaço solto de desespero.

Me diz, alma poluída,
Se é de ti que me vem esse tremelique luminoso
Que me afrouxa as pernas de vez em quando,
Que me convence a beber meu sangue venenoso,
Que me faz saltar e cair, e não sair voando.
Ou se esse amor pelo mundo e seus dizeres,
Puro e ineficiente
É beber tranquilo teus prazeres.

(2009)