14 de julho de 2010

    O sol baixou, os olhos fecharam e  se fechou também a porta, os corpos desceram, os cigarros apagaram e os choros e risos e qualquer fúria também. A alegria química durou muito e a melancolia menos do que deveria. As vozes e a música ainda ecoam pela casa suja e a mulher lá na janela da sala fumando o primeiro cigarro. Odeia cigarros e só fuma em fins de festa, esses fumacentos fedidos ajudam a criar todo esse clima inexplicável que se cria assim que desligam o som. Desligaram o som e foram dormir, a maioria já dormia há horas, ela sobreviveu a toda overdose e coisa louca e comprimidos e bebidinhas e tudo mais, e cadê o prêmio? Cadê a coroa? Pódio? Beijo? Não acredita que era só isso, acha que a animação festiva deve ser logo seguida por esse estado inexplicável. Achava.