2 de julho de 2010

Ha

A felicidade sempre sorri para todos, é um fato, não adianta querermos mais justiça ou humildade. Mas para mim ela só sorri assim, sarcástica, hipócrita...maligna, talvez? Não. É assim, depois de cada salto feliz há pra mim um buraco que só pode ser preenchido com coisas estúpidas feitas por mim mesmo ou algum derivado. É assim que funciona, me vou para algum lugar interessante e na volta umas lágrimas bem corridas, desespero contido de propósito. Te dou um beijo, se isso for me redimir, te dou sexo, se isso for me redimir, te dou dinheiro, carona, atenção, comida, amor, tempo, colo, água, brigadeiro de panela, misericórdia, te sacudo, se quiser, se isso tapar esse buraco. Sou corajoso, sei que eu vou me estabacar ali na frente, mas dou o salto, ponho o pé sem fraquejar.

Não vou dizer que não foi bom, não vou dizer que não me agradou, mas será que logo depois poderia ter um pouco mais de sadismo? Obrigado. Obrigado e me desculpe.

Eu faço o que você quiser se for logo depois de uma grande felicidade. Faço mesmo, te como, te beijo, te sirvo de apoio , te faço cócegas, te estapeio, te embalo e te deixo dormir. Mas que seja, por favor, depois de um grande salto. Não me quero esmurrando o mundo, me jogando no frio sem camisa, me cozinhando no chuveiro. Faço tudo por egoísmo, nunca acreditei no egoísmo, pelo contrário. Mas tenho encher esse buraco com alguma coisa minha, é fácil entender. Não vou pedir desculpas, dizem que isso não funciona mais, mas -por deus- não se ressinta.