3 de janeiro de 2012

Quarto 5-3

  Ando, como, olho e beijo, e tudo é ou ridículo ou imoral. Há impregnada em em como um remédio que enrola a língua certa obscenidade, meio horror digno dos monstros. E cada momento é o último , a última chance de vencer a mim mesmo, a cada momento estou cru e virgem e me espantando com tudo, orque tudo é o fruto de um mundo novo que acaba de se criar, e eu absorvo o máximo de sensações disso mesmo sabendo que no momento seguinte não me lembrarei do que fiz ou senti no momento em questão. Tudo me excita e me anima.

  Por esses momento se me afigurarem como uma existência nov a e frágil demais eu choro e tudo quebra. Recém-nascido inocente logo assassinado, mal tenho tempo de pensar sem ver a boca enorme me engolindo para depois me cuspir cru, sem saber o que vivi, senti, desejei ou aprendi no estado anterior. Morro e renasço, e morro, e renasço absolutamente todos os dias e sempre esterelizado, sem parto ou desova, pois sou numerosas, incontáveis existências inferiores que deslizam umas sobre as outras numa orgia dolorosa e triste, deslizam e caem no chão, estourando, sou eu uma colméia? Ha Ha Ha fucking Ha, sou um só, só que destroçado, os membros soltos se mexendo e a boca gemendo. Um feto abortado.